Comunhão
No panteão do romance gótico, o amor muitas vezes é retratado não como união, mas como colisão de fomes. Este poema utiliza a potente imagem da Ouroboros — a serpente antiga que devora a própria cauda — para simbolizar um relacionamento onde o prazer e a destruição se alimentam mutuamente.
O texto invoca figuras do horror erótico: a Succubus e o Mancubus (entidades que drenam a vida através do ato sexual) e a figura da vampira. O cenário é um "teatro macabro" de blasfêmia, onde o divino é "extropiado" para dar lugar a um altar de carne. Aqui, a submissão não é passividade, mas uma estratégia para ser consumido e renascer, num ciclo lúgubre de "meia luz" e eternidade. Prepara-te para versos que exploram a obsessão além do túmulo, onde a luxúria é a única redenção possível para os condenados.