Avé-Magdala
Dark Erotica Alexandre Montenegro Dark Erotica Alexandre Montenegro

Avé-Magdala

Na tradição da literatura gótica e do romantismo sombrio, a fronteira entre a experiência religiosa e o clímax sexual é frequentemente dissolvida. Este poema explora o conceito do "corpo-altar", onde o ato de amar se transforma em um ritual de adoração profana. Através de uma poesia erótica carregada de simbolismo, os versos abaixo descrevem a busca pela "pequena morte" — o termo francês para o orgasmo que denota uma transcendência momentânea da alma.

​Aqui, a figura feminina é elevada a uma divindade paradoxal, uma "Meretriz Maria" que exige submissão e oferece a redenção através do prazer. O eu-lírico coloca-se na posição de devoto, onde o suor, o cheiro e o toque não são apenas sensações físicas, mas sacramentos de uma obsessão mútua. Em um cenário de penumbra iluminado apenas pelo luar, o desejo torna-se a única moralidade vigente, convidando o leitor a testemunhar uma confissão de êxtase e entrega absoluta.

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Perversa Pureza
Dark Erotica Alexandre Montenegro Dark Erotica Alexandre Montenegro

Perversa Pureza

A Liturgia da Besta e a Palavra que Devora

​Na intersecção entre o divino e o carnal, este poema estabelece uma "amarração celestial" que subverte a ordem natural. Aqui, o ato de amar é descrito através de uma terminologia teológica — comunhão, versículos, salvação — aplicada a um contexto de Erotismo Sombrio. O eu-lírico assume a forma da "besta-homem", uma entidade que não apenas consome o corpo da amada (a "vampira"), mas a reescreve através da palavra.

​O texto explora a ideia de que a linguagem pode ser uma forma de dominação física. As sílabas são "alienadas", os lábios são "trelas", e a aceitação é "abafada" pela intensidade da entrega. É uma obra sobre a fusão absoluta ("te-me-circundas"), onde o prazer proibido reside na anulação das fronteiras entre quem devora e quem é devorado. Testemunhe esta confissão lúgubre onde o sagrado é sacrificado no altar da pulsão.

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Noctem Voluptas
Alexandre Montenegro Alexandre Montenegro

Noctem Voluptas

​No auge da literatura erótica visceral, o corpo deixa de ser apenas anatomia para se tornar um banquete. Este poema apresenta a figura do "Soberano Devorador", uma entidade — real ou imaginada — que observa e controla o prazer feminino com um apetite voraz. O texto transita entre a realidade do toque solitário e a presença avassaladora dessa figura dominadora na mente da mulher.

​Com uma linguagem que não foge da explicitude ("fonte clitoriana", "fluidos de luxúria"), os versos exploram a obsessão de ser consumida. É uma cena de "pornografia de febre-desejo", onde a impaciência e a espera ("Oh, que Ele não chega") funcionam como o tempero final para uma orgia de sensações. Aqui, a mulher é servida numa "bandeja" metafórica, pronta para a refeição final de um amor que é, em sua essência, um ato de canibalismo absoluto.

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Bulb
Alexandre Montenegro Alexandre Montenegro

Bulb

Na literatura erótica, poucos conceitos são tão poderosos quanto a la petite mort — a expressão francesa para o orgasmo que equipara o êxtase a um breve desfalecimento da consciência. Este poema explora essa "morte" momentânea através de uma lente de voracidade e entrega absoluta. Aqui, o ato de amar não é passivo; é um canibalismo metafórico onde o eu-lírico busca consumir e ser consumido pela chama do desejo.

​O texto navega pela anatomia do prazer com uma linguagem que mistura o sagrado e o biológico, sugerindo uma "clitoração" — um neologismo que evoca tanto a prece quanto o pulsar da vida. É uma descida ao abismo do inconsciente, onde "cortinados vúlvicos" e "sonhos eletrificados" desenham um mapa de obsessão e descoberta. Nestes versos, o prazer oral transcende o físico, tornando-se uma ferramenta para alcançar o inefável, onde o medo e o tremor dão lugar ao sublime proibido.

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