A teu lado
Há algo...
algo difícil de combater porque não há vitória para torcer...
algo no silêncio, no olhar, no progredir, no doloroso continuar.
Eu e tu e não-eu e não-tu...
porque sabemos que fomos antes, quem agora somos,
pois o que vimos e o que tateamos não dá para desfazer, e isso é correto... não desfaças o que és com o outro...
permanece,
algo com o qual te identificas...
algo que és...
noutra versão, noutra aberração...
desejável pela liberdade e aceitação...
isto conflitua-se entre seres de pura razão...
por isso o conflito,
confronto,
introspeção,
destruição...
carinho na aceitação,
do alto da solidão.
Quando fazes o suposto,
o obrigatório,
o da madrugada
o da sozinha
e queres libertação
em libertinagem natural,
pulsação fundamental, para existência animal de impulso régio que te liberta a essência e te solta da julgada condenação.
Que se fodam os puritanos e os juízes da balança que nunca tomba...
Que se fodam…não tem olhos, nem atenção…
Que se fodam…
Os que têm olhos, têm perdição...
melhor perdição, que aprisionamento...
pois no fim...
e no fim somente tudo se cala, e os que fomos morrem connosco, assim como as mágoas...
mas o fim só chega com o caixão….
quem me avia…quem me avia….
Lado a lado...
Há um eco ativo...
Lado
a lado.
Há identificação, há caminho…há o dar a mão.