Depenar das Asas
Alexandre Montenegro Alexandre Montenegro

Depenar das Asas

A dor do amor não correspondido muitas vezes não reside na ausência física, mas na indiferença gélida de quem dorme ao nosso lado. Nesta peça de literatura gótica, exploramos o abismo entre dois corpos que partilham o mesmo espaço, mas habitam universos espirituais opostos. O eu-lírico confronta a angústia de manter a sua vitalidade e o seu desejo voraz perante um parceiro emocionalmente catatónico, descrito aqui como um 'eunuco negligente'.

Através de metáforas de ruínas e jardins ressequidos, estes versos dissecam a toxicidade do silêncio e o custo de oferecer rosas a quem tem as mãos fechadas aos espinhos. É um manifesto sobre a sobrevivência da alma perante a solidão a dois e o luto de um relacionamento que, embora vivo no papel, já se tornou num funeral diário de afetos.

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Meia-Noite e Meia
Alexandre Montenegro Alexandre Montenegro

Meia-Noite e Meia

Existe uma diferença abismal entre ser olhado e ser visto. Ser olhado é um ato passivo, superficial; ser visto é uma invasão consentida, uma validação da existência.

Nestes versos, a voz do 'amargurado sonhador' não pede apenas amor — exige reconhecimento. É uma lista de requisitos para a rendição, um mapa traçado para um 'Alguém' que tenha a coragem de admirar sem idolatrar, e de tocar a alma sem a 'lacrar' em definições estáticas. Esta é a minha linguística obsessão: a procura pela Testemunha perfeita.

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