Kafka
Escrito por Alexandre Montenegro e Filomena d’Ávila
A Sinfonia da Besta Interior
Na tradição da literatura gótica e do simbolismo obscuro, a música muitas vezes serve como um canal para o indizível. Este poema explora a fronteira tênue entre a vítima e o predador, mergulhando na psique de um narrador atormentado que, ao encarar o vazio existencial, decide não mais fugir, mas sim tornar-se o próprio monstro.
Através da metáfora de um piano lúgubre e poeirento, cada nota tocada não é uma melodia de vida, mas um hino a Tanatos (a pulsão de morte). A obra questiona a moralidade e a culpa, invocando uma natureza Hiperbórea — superior, fria e distante. É uma reflexão sobre a obsessão humana em encontrar sentido no sofrimento, culminando numa aceitação aterrorizante da própria sombra. Para os amantes da estética Dark Academia e do pessimismo filosófico, estes versos são um convite para mergulhar num oceano de violência e silêncio.