Avé-Magdala

Gosto...


Gosto do suor no teu rosto,

onde se colam os teus cabelos

desnorteados.

Este é o mundo

do êxtase,
da moralidade suspensa,
do prazer demorado,
dos minutos que se contorcem
em febre de ancas que convulsionam em juntar.

Horas...

Aqui me liberto em ti,
quando te toco,
quando te sorrio de olhos fechados
na viagem que te arranca gemidos.

Lento, seguro de respiração emergente,

invadido por desejo e pela libertação da minha essência no teu corpo-altar...

Prolongamento em transe dopamínico é divindade nesta Terra...

nas noites em que o luar ilumina um corpo molhado pelo desejo...

A fome não será satisfeita de uma vez,
é ouro neste ourives que te vê,

eletrifica,
abusa do teu tempo,

satura-te os sabores.

O cheiro
fantasia-me a textura do sabor que sinto no teu calor...

A textura
doce no olfato, queima-me o toque.

O calor
humidifica o sabor, torna-se aceitação do que te quero exercer, submissa a mim, recetora da minha depravação...

És malícia rendada de perdições,
santificada em túnica pecaminosa de meretriz Maria...

Ajoelho-me pela bênção do teu feminino,
em breve comungado pelos meus lábios que anseiam a beatificação pulsante da pequena morte...

no momento em que te sentir transcender, de olhos revirados... brancos por teu desprendimento sobre mim.

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