Contração
Sei quando chegas,
sinto-te quando me vou.
Há uma história que te envolve,
onde cabedal, líquidos libidinosos e...
gemidos
te rodeiam, embrulhados por malícia carnívora de sorriso que se pinta no rosto
quando te satisfaço o ventre,
quando te preencho o vazio
de fome por satisfazer.
Olho-te e percebo-te as vontades, que sei serem de ambos,
asseguro-te,
minhas também.
Quando demónios partilham os mesmos apetites,
o festim não se coíbe,
come-se com vontade,
luxúria sem limite, vergonha ou condição.
Uma réstia de fantasia, em que nos ponho em clímax
enquanto nos abraçamos e nos trancamos em anca,
loucura,
torção de tesão.
Tu és somente sensações, impulsos e provocações
de coisas ordinárias, solitárias, necessárias,
desejadas,
como obsessão objetificada na tua carne, que te queres consumida,
mordida,
lambida,
dedilhada,
trincada,
cheirada,
possuída,
esgotada.
Como te amarro? Te dobro? Te submeto à minha vontade, como brinquedo de prazer, por onde me vou
até ficar sem nada,
até adormecer.