Depenar das Asas
Alexandre Montenegro Alexandre Montenegro

Depenar das Asas

A dor do amor não correspondido muitas vezes não reside na ausência física, mas na indiferença gélida de quem dorme ao nosso lado. Nesta peça de literatura gótica, exploramos o abismo entre dois corpos que partilham o mesmo espaço, mas habitam universos espirituais opostos. O eu-lírico confronta a angústia de manter a sua vitalidade e o seu desejo voraz perante um parceiro emocionalmente catatónico, descrito aqui como um 'eunuco negligente'.

Através de metáforas de ruínas e jardins ressequidos, estes versos dissecam a toxicidade do silêncio e o custo de oferecer rosas a quem tem as mãos fechadas aos espinhos. É um manifesto sobre a sobrevivência da alma perante a solidão a dois e o luto de um relacionamento que, embora vivo no papel, já se tornou num funeral diário de afetos.

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Farricoco
Poesia & Versos Alexandre Montenegro Poesia & Versos Alexandre Montenegro

Farricoco

A Arquitetura do Vazio

​Na tradição da literatura gótica e do horror existencial, poucos temas são tão cortantes quanto o confronto direto com o abismo interior. Este poema não é apenas um lamento; é uma dissecação visceral da alma humana quando despida de ilusões sagradas. Ao explorar a morte de Deus — não apenas como conceito teológico, mas como o fim da esperança e da luz — os versos mergulham em um cenário lúgubre onde a inocência é devorada pela experiência traumática.

​O eu lírico apresenta-se como um "homem de granito", uma metáfora poderosa para a insensibilidade adquirida através da dor e do isolamento. Através de imagens de suicídio simbólico, decadência física e canibalismo espiritual, a obra questiona o que resta quando a moralidade se dissolve nas sombras. Esta é uma peça de poesia macabra destinada aos que buscam compreender a estética da escuridão e o peso esmagador da consciência solitária. Prepare-se para encarar o breu.

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